Instituto Pensar - PSB abre portas para Flávio Dino, mas candidatura será construção interna

PSB abre portas para Flávio Dino, mas candidatura será construção interna

por: Nathalia Bignon 


Flávio Dino é o atual governador do Maranhão

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, acenou uma aproximação com o governador do Maranhão e disse abrir as portas do partido a Flávio Dino nesta quinta-feira (9).

Filiado ao PCdoB, Flávio Dino é um dos nomes fortes na corrida presidencial em 2022 e, caso aceitasse o convite de se filiar à legenda de Siqueira, teria mais possibilidade de atrair alianças de centro e centro-direita, além de um fundo eleitoral mais robusto e mais tempo de televisão.

"Abri as portas do PSB para o Flávio Dino, que é um ótimo nome. Mas se ele aceitar e vier, tem que ser porque se reconhece alinhado com as propostas do partido. E não por um projeto presidencial. O nome do partido para 2022 ainda será discutido internamente”, frisou Siqueira.

Rearranjos possíveis

Procurado, Flávio Dino afirmou que um "rearranjo” nos partidos políticos é esperado após as eleições municipais, previstas para novembro deste ano. Segundo ele, a aglutinação é uma tendência que acompanhará não só a esquerda.

Ele mencionou relação anterior com o partido e destacou que com as mudanças nas regras eleitorais, como o fim da coligação proporcional, candidatos de partidos menores terão muita dificuldade de se eleger para a Câmara dos Deputados.

"Minha relação com o PSB vem de antes do Eduardo Campos. Fui vice-líder do bloco PSB-PCdoB na Câmara. Temos uma trajetória em comum e, por isso mesmo, diria que, nesse processo de reaglutinação da esquerda, o PSB é um parceiro preferencial do PCdoB. Tenho uma ótima relação com o PSB, que integra o nosso governo aqui no Maranhão. É um diálogo muito provável que se estreite. No que isso vai resultar, é como o próprio Siqueira disse: "Temos que ver mais para frente”. Eu jamais colocaria sobre a mesa a candidatura de 2022 para ir para o PSB. Seria desrespeitoso”.

Saída do PCdoB

O governador maranhense também minimizou a necessidade de deixar o PCdoB para conseguir atrair aliados e eleitorado de centro e centro-direita.

"No Maranhão, fui eleito pelo PCdoB duas vezes no primeiro turno. Em 2014, meu vice era do PSDB. Em 2018, 16 partidos me apoiaram. A questão partidária não é a que decide o tamanho da aliança. O que decide o tamanho da aliança é a sua atitude”.

Flávio Dino tem participado de conversas públicas na internet com Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT) — o petista e o pedetista não conversam entre si —, e defende uma candidatura única da esquerda para 2022, mas, ao mesmo tempo, afirma não ver viabilidade em um nome do PT para encabeçar a chapa, como defende Lula.

"Olhando o Lula que governou o Brasil, não consigo imaginar que ele só veja esse caminho do isolacionismo. Falar em candidatura própria do PT em 2022 é só um movimento inicial, feito para resgatar a imagem do PT hoje. Mas isso não se sustenta até 2022. Seja pelo amor, seja pela dor. Contudo, o principal é compreender que, num país como o Brasil, só é possível a esquerda ganhar e governar fazendo alianças para além da esquerda”, concluiu.

Fonte: O Globo



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